FIA vê “robusto sistema de gestão” da F1 e encerra investigação sobre casal Wolff

FIA divulgou nota no início da tarde voltando atrás e afirmando que não há investigação sobre conflito de interesses no casal Toto e Susie Wolff

A Federação Internacional de Automobilismo [FIA] divulgou um comunicado nesta quinta-feira (7) afirmando que, após uma análise, não há investigação sobre questões de ética e disciplinares sobre o casal Toto e Susie Wolff. O órgão, em nota oficial, afirmou que está satisfeito com o protocolo de compliance da Fórmula 1.

“Após análise do Código de Conduta e da Política de Conflito de Interesses da Formula One Management e da confirmação de que estão em vigor medidas de proteção adequadas para atenuar quaisquer potenciais conflitos, a FIA está convencida de que o sistema de gestão de compliance da FOM é robusto o suficiente para evitar qualquer divulgação não autorizada de informações confidenciais”, publicou a Federação, em nota.

“A FIA pode confirmar que não há investigação em andamento em termos de inquéritos éticos ou disciplinares envolvendo qualquer indivíduo. Como órgão regulador, a FIA tem o dever de manter a integridade do automobilismo no mundo. A FIA reafirma o seu compromisso com a integridade e a justiça”, concluiu.

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Susie Wolff chefiará a F1 Academy (Foto: Venturi)

A investigação sobre o casal Toto e Susie Wolff teve início na terça-feira (5). O processo foi aberto após supostas reclamações de outros chefes de equipe da Fórmula 1 sobre as atividades da dupla. Toto é chefe de equipe da Mercedes, enquanto Susie é diretora da F1 Academy, categoria exclusiva a pilotas e que está sob o guarda-chuva da Formula One Management.

A suspeita é de que Toto tenha tido acesso a informações confidenciais de atividades da FOM, algo que outros chefes de equipe não têm, enquanto Susie teria sido informada das principais discussões entre os chefes, o que pode ser de uso da categoria. Uma reportagem feita pela revista Business F1 apontou que um comentário feito por Toto durante uma reunião de chefes virou alvo das reclamações dos adversários, por entenderem que a informação dada só poderia ter vindo da Formula One Management.

A partir daí, foi uma avalanche. No mesmo dia, horas depois da notícia da investigação se tornar pública, a Mercedes se pronunciou. Também em nota oficial, a equipe de Brackley chamou o comunicado da FIA de “genérico” e disse que as acusações eram “infundadas”. A declaração foi seguida pela própria Fórmula 1, que saiu em defesa do casal Wolff e revelou não ter sido avisada previamente da investigação.

Toto Wolff garantiu que o carro será completamente diferente em 2024 (Foto: Rodrigo Berton/Warm Up)

“Temos total confiança de que as alegações são falsas e temos procedimentos robustos que garantem isolamento em caso de qualquer potencial conflito de interesses. Estamos confiantes que nenhum membro do nosso time fez qualquer divulgação não autorizada a um chefe de equipe”, afirmou a categoria.

Susie também não demorou a se manifestar. Por meio das redes sociais, ainda na terça-feira, a dirigente começou o texto dizendo-se “profundamente insultada, mas tristemente não surpresa” pelas acusações, classificando-as como fruto de um “comportamento intimidatório e misógino, centrado mais no meu estado civil do que nas minhas habilidades”.

As outras nove equipes do grid, então, decidiram se unir em defesa de Susie num movimento inédito: na quarta-feira (6), por volta das 14h30 (de Brasília, GMT-3), Red BullFerrariMcLarenWilliamsHaasAlphaTauriAlpineAlfa Romeo e Aston Martin lançaram um comunicado em conjunto negando qualquer participação na investigação e garantindo confiança total na categoria e nos Wolff. O texto ainda serviu para desmentir a informação sobre a reclamação contra o casal.

“Podemos confirmar que não fizemos nenhuma reclamação à FIA sobre a alegação de informações confidenciais sendo compartilhadas entre um chefe de equipe da F1 e uma membra da equipe da FOM. Estamos felizes e orgulhosos em apoiar a F1 Academy e seu diretor administrativo através nosso compromisso em patrocinar um competidor com nossas cores a partir da próxima temporada”, escreveram os times em comunicados publicados também nas redes sociais.

Investigação à parte, a situação só expôs mais uma faceta de como a relação FIA × Fórmula 1 está cada vez mais insustentável. Uma reportagem da BBC Sport ainda revelou o Liberty Media não descarta romper de vez com a entidade reguladora caso Mohammed Ben Sulayem, presidente da FIA, continue “prejudicando a imagem do esporte”. Tal situação, inclusive, já foi considerada no passado, nos tempos de Bernie Ecclestone como mandatário da entidade.

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